domingo, 8 de novembro de 2009

Eu sorrio, eu saio, eu estudo, eu converso, eu tento enxergar uma pontinha do fio da felicidade por debaixo do rio de tristeza, tento puxar esse fio, tento desenrolá-lo, trazê-lo para mais perto.

Primeira tentativa:
Tudo estava bem.
Levei um soco, caí dentro do rio. Não me desesperei, esperei chegar a calmaria, esperei encostar à margem. Abracei o fio de felicidade, vou ficar segurando-o.

Segunda tentativa:
Levei um soco e dois pontapés. Dessa vez caí no rio e bati com a cabeça nas pedras. Sangrou, sabe? Doeeeu. Mas eu fui forte, corri pra margem novamente.
Rio, calmaria, margem, fio de felicidade.


Terceira tentativa:

Levei um soco, dois pontapés e um empurrão; empurrão este que parece dizer: “não te quero por aqui, é um martírio você por aqui, não vê ?”. Mais uma vez dentro do rio. Já toda molhada, toda tomada por aquelas águas, pelo que elas trazem consigo. Tomada de tal forma que eu não tenho forças para esperar a calmaria, força para buscar a margem uma terceira vez. Vou sentar nessa pedra e esperar a dor do soco passar. Esperar as dores dos pontapés passarem. Esperar a pressão daquele empurrão passar. Esperar se desfazer o nó na garganta. Esperar passar a decepção por todos os dias de uma espera que não trouxe o que eu esperava. Por fim, vou esperar um resgate. Se ele não aparecer, vou ficar por aqui mesmo.

Pronto, é isso.

Um soco, uma indiferença, uma palavra grosseira. Dois pontapés, duas indiferenças, três tristezas. Vários nós na garganta. Vários choros. Vários abandonos. Vários olhares pros lados e nenhuma presença. Somente a de um par de olhos que parece querer me devorar. Nenhum ouvido a escutar o que tenho para dizer, o que me preocupa, o que me deixa feliz. Nenhum abraço quando eu precisei. Nenhum incentivo quando decidi superar meus limites. Fiquei com o resto dos minutos, aqueles minutos que a gente dedica para dormir, onde até já estamos rabugentos. Fiquei com aquele silêncio cortante, cortante pro meu coração. Foi o que me restou.
Agora o meu coração está cortado por eles, por todos aqueles silêncios. Todos eles se reuniram nesses últimos dias. Os únicos sons que me ocorrem, por vezes, são os ecos de todos os pontapés, socos, empurrões para o rio da tristeza, todas as agressões não-físicas ao que eu chamo de Amor.
Assim o Amor, o chefe maior, decidiu recuar. Amedrontaram-se todas as suas tropas de combate. Recuaram todas elas. Decidiram ficar sentadas a esperar também. Elas sabem que podem esperar por um bom tempo. Mas elas têm esperança de que não vai demorar.
Se demorar, talvez até lá elas já tenham mudado de ideia. Talvez, até lá, enquanto fica a esperar, o Amor, o chefe maior, decida que é melhor tirar umas férias; que nesse campo de batalha não há mais chances de vitória. Resolve perder por WO.


E que tire umas férias, de alguns anos, por favor. Afinal, ele vai merecer.


Depois desses anos ele pode encontrar outro alvo, num outro dia. Um alvo que corresponda ao que ele procura. Ele pode até se lamentar por tudo que viveu no antigo campo, por as coisas não terem saído como ele quis, por ter perdido a batalha. Mas nesse novo campo tudo será novo, com a exceção da experiência que evitará os mesmos erros, as estratégias furadas.

É tudo uma questão de talvez.
Por enquanto, ele ainda está na luta, o fiozinho de felicidade ainda brilha no desejo de ser puxado, de ser trazido para mais perto.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

O dia em que meu cachorrinho me deixou.

-"Mamãe, quando os cachorrinhos morrem eles vão para o céu?"
-"Não sei filha, não sei..."

A mamãe se afastou e ela continuou ali parada, incrédula, desejando ter estado lá quando aconteceu a tragédia, desejando tê-la evitado, desejando tê-lo posto ao colo, como costumava fazer. E depois ele deitava na porta da cozinha com as patinhas debaixo da boca com aquele olhar de cachorrinho sem dono.



Uma tempestade de memórias sobreveio à sua mente, similar às gotas que rolavam em sua face.
Lembrei-me do dia em que o escolheu para ser seu, em meio a tantos outros. Ele era tão pequenininho, cabia em suas mãos. Foram para casa dentro do casaco dela e, quando chegaram, mamãe fez uma chuquinha com leite para alimentá-lo. Era o bebezinho delas. Papai tava dando uma de durão mas, assim que o conheceu, também se rendeu aos seus encantos e sua carinha de cachorrinho pidão. Ele também apaixonou-se por papai, trocava qualquer um de nós por ele. Lembrou-se do dia em que a veterinária disse que ele viveria sorrindo por conta de sua arcada dentária. Sarinha uma vez que disse para mamãe: "Olha, titia, seu cachorro está sorrindo para mim!". E ele estava mesmo. Ele sempre sorria. Seu amor por nós era tamanho que, toda vez que saíamos de casa ele chorava muito, mesmo domingo passado. Certa vez descobrimos que ele se distraia com pão e era o que enrolava até a nossa volta, quando ele pulava de alegria, corria pela casa... ahh, como ele corria pela casa! Tinha dias que parecia um foguetinho, era muito rápido. Até nos atropelava. Ele parecia um cachorro hiperativo, até que mudamos de casa e ele tinha uma varanda enorme pra si só. Assim que a porta era aberta ele corria e deitava na entrada da cozinha com as patinhas debaixo da boca com aquele olhar de cachorrinho sem dono. Ficava a nos observar, a nos alertar de qualquer suspeita... parecia que nos compreendia. Falando em compreender, foi ele quem ouviu muitas de minhas histórias, foi ele quem me deu o carinho de que eu tanto necessitei por tantas vezes. Também foi ele quem me salvou de algumas ciladas, quem avisava quando alguém tava chegando e quem adorava um carinho no pescoço. Quando mudamos de casa e não pudemos trazê-lo conosco doeu. Cinco meses depois já estávamos com planos de mudar novamente só para carregá-lo com a gente.
Infelizmente não deu tempo. Foram dois anos de convivência com ele, tempo todo de sua vida. Queria muito que fossem anos e anos, que ele acompanhasse meu crescimento como eu acompanhei o dele, que ele fosse meu companheiro para sempre. Sei que estou sentindo saudades. E que estou chorando. Vou sentir muita falta e sempre lembrar dele com carinho, como membro da minha família.
Shake, amo muito você.

ps: peço desculpas por ter escrito tão informalmente, tão descaradamente e por ter abandonado o blog. Ainda estou abalada.

domingo, 23 de agosto de 2009

Tolos.

Disse que estava com angústia. Pra ser sincera, foi mais para fazer uma apelação sentimental. Mas no fundo, era mesmo o que sentia. Talvez fosse só a nostalgia, que ataca em noites de domingo. Ou quem sabe insônia. O fato é que aquele sentimento, aquela amargura, uma coisa-não-boa de se sentir estava presente. E, perante aquele sentimento, lembranças atacavam a todo instante, bombardeando a mente e o coração, fazendo-se como concretas, vivas, gritantes dentro de mim. Uma música reproduz no WMP e retoma uma época verdadeiramente angustiada, sofrida, onde reinava a expectativa e o remorso. Retoma os cheiros, as cores, as sensações. Lembrando assim, até daria pra rir: as coisas se saíram bem. Em termos. O que me mata agora é a fuga das palavras. Elas fogem, somem, se escondem de mim. Daí ficam rindo, caçoando enquanto eu as procuro num espaço aparentemente oco que se torna o meu cérebro. Sabem que quando estão longe, dificultam as coisas. Mas elas são umas pestes, resolvem sumir sempre quando eu mais preciso. Como naquele banco, naqueles 9 graus em uma noite de inverno gelando-me dos pés à cabeça. Literalmente à cabeça, porque parece que qualquer ideia sensata sobre um assunto congelou-se também. Procuro, procuro e nada. Até dá pra ouvir o eco do meu socorro! "Heey, cadê vocês? Umazinha sequer, só de uma palavra-chave é o que preciso". Sim, porque com o tempo, e querendo ser uma Comunicadora Social, tive que aprender a desenvolver todo um texto a partir de palavras-chaves. Nem sempre dá certo, ainda, mas estou me especializando. Por exemplo, agora eu tenho várias palavras chaves e poderia dissertar, persuadir com cada uma delas. Mas seria inútil, não tenho um propósito. Profissionalmente eu consigo. Mas quando meu cérebro registra aumento de frequência dos batimentos cardíacos, ele parece que resolve ir dormir. Me deixa na mão, vê se pode? Elas fogem quando há um clima de tensão por perto. Deve ser alguma medida inconsciente de segurança. Tola, mas é o que me parece.
Pensando bem, tem muita coisa mais tola nesse mundo do que as medidas inconscientes de segurança do meu cérebro. Cerca de 80% do que fazemos é meio tolo. A gente come coisa tola, a gente ouve coisa tola, usa coisa tola e fala coisa tola. Segue a moda que é ditada pelas revistas, televisão e pelos famosos; ouve a música da hora, come no Mc Donald's e bebe Coca-Cola. Fala o que ouve dizer com frequência. Acho que somos uma espécie diferenciada de papagaios, sem bico ou penas, que não sabe voar, mas que repete exatamente o que o mundo a nossa volta nos dita. Assim, quando somos pegos de surpresa, sem nenhum apoio, sem nenhum sussurro, ou uma tendência em que se apoiar o nosso cérebro dá tilt. Esquece que quem pensa na história é ele. Que quem tem que ditar o que vestimos, comemos, usamos e, principalmente, falamos é ele. AAh, ele resolveu funcionar, veja só. Agora até mandou o coração substituir a angústia por uma espécie de arrependimento. Decidiu que vai comer o que quiser, se vestir como quiser, usar o que quiser e falar o que quiser...
Ao menos até quando alguma outra tolice lhe seduzir o juízo, contaminando todo o resto do corpo.
Nós humanos... um bando de tolos!

sábado, 22 de agosto de 2009

Talvez ele só não tenha se dado conta do que foi dito nas entrelinhas de palavras virtuais: que ela aguardou a semana toda pelo dia DELA e que ele quebrou toda essa expectativa do modo mais inesperado. A cidade não é mesmo uma das maiores especialistas para determinadas situações e seus 21 meses já lhes mostraram os pontos mais comuns do lugar, tudo já é tão rotina.
Pra quebrar essa rotina, talvez ele devesse resolver explorar os pontos incomuns. A geografia desconhecida. Não falo só da cidade. Falo do mundo. O mundo do coração dela, do ser dela, do eu dela. Talvez se ele reparasse um cadinho veria que ela passa o dia inteiro esperando por uma chance de estar com ele. Veria que aquela pequena e rápida aparição em pleno expediente
acontece porque ela se corrói de vontade de vê-lo, ao menos, de tocá-lo, de ouvir sua voz, que ela sente saudades dele.
Esquece dos compromissos, esquece das gravações, sequer se importa com as broncas que vai levar... Ele talvez não saiba o quão ansiosa e preocupada ela fica quando perde uma de suas ligações ou está sem crédito para responder suas mensagens. Ela queria chegar ao fim do dia e encontrar aquele colo, aqueles braços a envolvê-la, ainda que nenhuma palavra fosse dita, ainda que ele estivesse só a aquecê-la. Ou que simplesmente, quando não tivessem o que fazer, eles ao menos fizessem companhia um ao outro, rissem um com o outro, celebrassem o encontro de suas vidas.
Ela queria que ele ouvisse as aflições que assolam sua alma e seu coração, seus receios e suas vitórias ao final dos dias.
Queria que ele vibrasse com suas conquistas. Queria que ele ficasse feliz quando algo a deixa feliz, quando ela é uma vencedora. É como ela se sente com ele. Ela fica feliz com as conquistas dele, ela ouve suas aflições e simplesmente o envolve quando é disso que ele precisa. Ela pensa nele durante todo o dia, torce para que algo mude em seus minutos cronometrados e eles possam se ver. Que possam entrelaçar suas mãos, fechar os olhos e sorrir. (Sorrir! Sim, porque eles tem um ao outro, isso deve fazer com que sorriam.) Que seu celular tocasse durante um momento inesperado revelando uma mensagem, ainda que seja só para mostrar que ele anda pensando nela.
Ou então que fosse uma ligação, para que ele dissesse o quanto a ama. Dissesse que a vida dele, apesar de andar com tantos problemas, tantos compromissos e aporrinhações ainda é boa, porque ele a tem. Ela só queria ficar com ele. Só queria que a presença dela por perto o alegrasse e que ele quisesse ela por perto. Ainda que o mundo seja rotineiro, ainda que sua vida ande cansada e tumultuada. Porque ela o ama e não haveria nada tão capaz de completá-lo em suas necessidades como ela. Quem sabe um dia ele se dê conta desse mundo e recupere todo o tempo que perdem. É o que ela espera. Espera que seja mais do que só mais uma de suas expectativas em um sábado frio, no qual ela se encontra sozinha e aflita.


"But you're just a boy / You don't understand /
How it feels to love a girl someday /
You wish you were a better man /
You don't listen to her / You don't care how it hurts /

Until you lose the one you wanted / Cause you're taking her for granted... "
If I were a boy -Beyonce

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Entre o conteúdo e a conclusão.

"Engraçado como as coisas de que a gente tem medo, e tem certeza de que podem acontecer, acontecem de meios diferentes.[...]
Engraçado também como tudo foi ocorrendo de maneira diferenciada e cautelosa, de compromissos a interrupções e impossibilidades."

Engraçado como tudo que foi dito pode se perder: palavras, apenas.

Engraçado como tudo que se sente sobrevive, ainda que modificado.

Engraçado como crescemos e ainda somos tão pequenos.
Engraçado como uma pessoa íntima pode parecer um desconhecido em uma fração de segundo.
Engraçado fingir que não se conhece quem se viu e que não se viu quem se conhece.
Engraçado como dias de sol podem trazer tempestades e dias nublados podem trazer paz.
Engraçado como um dia somos míopes e no outro vemos bem.
Engraçado como amigos vão sem que sequer percebamos.
Engraçado como amigos vem sem que sequer percebamos.
Engraçado como as flores nascem e murcham num piscar de olhos.
Como os carros passam, a tarde chega e a noite voa.
Engraçado como acordamos e sentimos como se acabássemos de nos deitar.
Engraçado como 24 horas se transformaram em 4 e eu não vi.
Engraçado como 3 dias pareceram três anos e eu senti.
Como ainda existo depois de me desintegrar.
E como me desintegro e volto a existir.
Como sonho quando devo chorar e como choro quando devo sorrir.
Quando falo quando devo calar e calo quando não devo consentir.
Engraçado como as crianças vivem doentes do corpo e os adultos vivem doentes da alma.
Como ouvimos uma moeda cair ao chão, mas não ouvimos o canto de um pássaro.
Engraçado como coisas boas engordam e as ruins também.
Engraçado pensar que pensamos antes de falar.
Engraçado falar que pensamos e pra isso termos que pensar.
Engraçado perceber que grandes coisas chamam atenção.
Mas que, no entanto, são as pequenas que chamam a felicidade.
Que a gente vive pra tentar ser feliz.
E é feliz buscando viver.

Engraçado como escrevo tantas coisas e não consigo escrever um fim.

Vai ver é porque o fim é o que menos importa.
Vale mesmo é o presente, o conteúdo, o que trazem as pequenas coisas.
Vale mesmo a ingenuidade e a sinceridade de um sorriso, aquele inesperado e verdadeiro, que aprendemos quando ainda somos crianças.



domingo, 9 de agosto de 2009

Conclusões à meia-noite.

Houve um tempo em que fui a solução.
Fui sorriso, felicidade, alegria e emoção. Fui a espera nos dias nublados, nos chuvosos e também nos de sol.
Fui esperança, abraços, preocupação, revolta e compaixão.
Fui diversão, anseio, desejo, decepção.
Fui o prazer que se tem quando se pode dividir a vida,
ainda que sem sequer dividir o mesmo espaço e tempo com outro corpo, em sintonia, ou exaltação.
Dividir a vida, a importância, as descobertas, os receios e intimidades.
Compartilhar os momentos, sentir das mesmas dores.
Fui a brincadeira após a raiva, fui consolo e conforto após desavenças.
Fui um todo, um misto do tudo, o completo, fui a fundo, fui...

Hoje sou a frustração.
Uma decepção comparada àquelas de investimentos sem retorno.
Sou incômodo, sou angústia, ainda ciúme, ainda desejo... como posso ser tão desgraça?
Sou a nostalgia dum tempo de liberdade, aquele em que a liberdade é a felicidade, livre de todo medo, toda angústia e todo sofrimento.
Sou aquela lágrima, daquele dia, do primeiro último abraço, aquela que eu não esqueço.
Sim, depois daquela, sou todas as noites em claro e as preocupações.
A incerteza, o desconforto, o silêncio, a distância, a infelicidade.
Sou todas as palavras encontradas nos olhares, aqueles quase não trocados.
Todas as vontades reprimidas de um telefonema, uma carta, um sinal.
Sou todas as palavras não ditas, como as palavras virtuais, frias, inexpressas, com ausência do essencial calor humano, aquele mesmo que fazia, há um tempo, que eu fosse sinônimo de borboletas no estômago.
Sou a pequena já crescida, porém ainda com os mesmos olhos.
Mais vivos, mais curiosos, mais secos e mais frios.
Aqueles mesmos que brilhavam com brincadeiras, hoje são ofuscados pela tristeza, cicatriz...

Penso que eles têm medo de não mais ver o que o coração tem saudade e anseia.
Um sorriso sincero, um motivo de felicidade, uma alegria de viver.
Hoje sofro as consequências de um tempo passado, ainda tão presente.
Hoje eu me sinto como uma bonequinha, aquela preferida, que não saía de nossas mãos.
Aquela mais aproveitada. Mas um dia a gente cansa da bonequinha e a guarda numa caixa.
Às vezes ainda a vemos, relembramos do tempo em que ela era tudo pra nós...
Contudo, é improvável que ela volte a ser o centro de nossa atenção.

É visível que ela sente nossa falta, é visível que ela anda infeliz...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

"Só enquanto eu respirar..."


Interessante é perceber que, independente de tempo, espaço, distância ou situação, tem coisas de que não conseguimos nos desfazer nunca. Tem pessoas que nunca conseguimos deixar. Tem despedidas em que não dizemos adeus, pois sabemos que elas sempre se repetem. Momentos que voltam, mudados, mas voltam.
Mais interessante ainda é perceber o quanto o reviver de cada uma dessas coisas acontece de forma diferente da já vivida, por mais idêntica que pareça. Como temos coisas de que nem lembrávamos, como aquelas esquecidas nos cantos, redescobertas somente quando arrumamos o armário. E como cada uma das coisas tem história.
Assim como cada uma das pessoas com quem, de alguma forma, nos relacionamos. Inclusive aquelas que deixamos no canto do nosso coração, aguardando, ansiosas, pelo momento em que as resgataremos para compartilhar novamente a vida, rir do que já foi vivido, relembrar velhas facetas, descobrir novas necessidades.
Eu queria falar é dessas pessoas. As que marcaram minha vida, me divertiram, ouviram, acompanharam e me amaram, acima de tudo. As que eu quis tantas vezes que saíssem da minha vida, por um segundo que fosse, só para amenizar situações. Aquelas que joguei no canto do meu coração com o intuito de amenizar sofrimentos.
Contudo, só eu sei a falta que me faziam quando isso acontecia, e sei que minha falta também era sentida. Daí eu as resgatava. Porém, infelizmente, acabava sempre guardando-as de novo, motivo de força maior. Então só nos restam as lágrimas, as angústias que nos visitam todas as noites antes de dormir, a nostalgia de um tempo recente, as lembranças, vivas, ardentes como fogo, queimando-nos por dentro de tristeza, por serem tão reais e estarem tão distantes, além das orações aflitas a Deus, para que Ele mude essa situação.
Ultimamente, de tão acostumadas com esse ritual, essas pessoas resolveram agora jogar a mim no canto de seus corações. Lá é triste, obscuro, indiferente, frio, medonho, silencioso... Tem dias que eu vejo surgir uma brechinha de luz, que logo se vai. Tem dias que elas me lançam, lá de longe, aquele olhar ressentido de quem não queria me ver ali, um sorriso sem graça, tentativa de consolo.
Eu sei porque tenho que ficar aqui. Sei que elas estão bem machucadas com tudo que já aconteceu e que estão só se protegendo. Que tem seus motivos para fazerem isso e que sentem a mesma coisa que eu. Que se pudessem me tiravam daqui, me carregavam para viver junto delas, como foi um dia. A gente ia dividir açaí de novo, ia ficar junto quando um carinho fosse necessário, ia pra festas idiotas e se divertir. A gente ia fazer confidências e prometer guardar segredo. A gente ia cantar, dançar, brincar. Iríamos dormir lado a lado, depois de um longo período de conversas. Sair sem rumo e descobrir o mundo. Adotar um cantinho só nosso. Fazer história, compartilhar emoções, abraços, sorrisos...
Mas não é assim. A realidade é outra. Por enquanto não há nada que eu possa fazer senão pedir perdão por estar aqui e por desencadear tantos problemas. Por todas as lágrimas que fiz rolar, todas as preocupações, chateações e raiva que sentiram.
Talvez por eu continuar na vida de vocês quando já deveria ter saído.
Meus sinceros arrependimentos por ser, de vocês, uma daquelas pessoas das quais não há despedida e, por outro lado, minha sincera gratidão por sempre fazerem parte de mim, mesmo com essas despedidas inúteis.
A importância de vocês para meu ser é incalculável, inenarrável.
Por fim, podem ter a certeza de que eu sempre vou me lembrar de vocês.

Ah, me tirem do cantinho quando der, por favor!

Quer dizer que meu blog é mágico? *-*

Ahh, que emoção!
Ganhei um selo! *-*


Presente da Rosi, do 'Sonhos, pensamentos e confissões'
Obrigada, Rosi.

Vamos lá então:

REGRAS :
1. Postar o selinho e as regras!
2. Responder as perguntas:

• Uma música mágica : Thinking of You, da Katy Perry (confesso que é minha música mágica de fase)
• Um filme mágico : O Julgamento (ameei o filme, muito bom!)
• Uma viagem mágica : Guapi, com a Karol (não foi lá uma viaaaagem, mas foi perfeita!)
• Maquiagem mágica : Magix, da Avon (kpakspokasopkoak)

Muito difícil isso de 'escolher uma coisa'. Sou muito inconstante com gosto.
E com preferência também, rs. Mas tentei, acho que saiu algo bom.

Bem, não tenho muitas pessoas para indicar o selo.
Então, quem quiser, fique à vontade para pegar!

Obrigada pela atenção. haha
Beijos!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Ops, reacordei!

Eis que de repente tudo muda.
Aquilo que era igual agora fica diferente, avesso, contrário.

Surge um estalido em minha mente, e, como uma substância ilícita que percorre todo o corpo tomando cada veia, cada artéria, cada órgão, até ser absorvida pela última das células; aparece aquela sensação gostosa, o típico frio na barriga, uma ansiedade sem tamanho.
Nesta hora, todo o meu eu já está convicto da ideia.
Empolga-se com a tal, pensa que pode ser o que estava faltando.

Uma válvula de escape, isso! Era o que me faltava.
Daí voltam as lembranças, luzes pra todos os lados, corpos suados, balançando no ritmo da música, adrenalina correndo solta, sensação de liberdade... felicidade!
Voltam também as gargalhadas ecoando pelas ruas, corredores, quartos, paredes.
Aqueles montes de pés, mãos, cabelos, sorrisos.
Aqueles ônibus cheios de rostos conhecidos.
Guerras de travesseiros e desabafos. Rodinhas de violão, chuveiradas, fotos e mais fotos, algumas registradas somente pelos meus olhos.


-

Foi como se tivessem me congelado. Como se me colocassem em uma vitrine.
Vejo tudo acontecer na minha frente, tudo igual. Todas as possibilidades.
Mas não me movo. Estou paralizada, observada, analisada, comentada.
Paralizaram-se, inicialmente, meus pés, em seguida meus joelhos, mãos, pés, boca.
Minha mente ainda funcionava, porém parecia invertida.

Vi o sim ser trocado pelo não e começaram a surgir muros na frente da vitrine.
Por mais que se esforçasse, meu pescoço não se erguia o suficiente para ver o outro lado.
Ficou longe, foi embora.


Passaram anos e a mesma rotina. Eis que ouço uma música bem alta, parecia vinda do outro lado da muralha. Resolvo tentar espiar de novo.

Com um comando, meus joelhos destravaram, meus pés se ergueram e observei o maravilhoso espetáculo que estava perdendo.
Decidi voltar a ser gente. Esquecer a vida de manequim.


-

Nunca havia parado para pensar que quem me colocara ali fora eu mesma. Quem fez com que meus pés se firmassem como a raiz de uma árvore ao chão e meus joelhos travassem como trancas de um presídio de segurança máxima fora eu mesma. Meu inconsciente sabia disso. Somente depois de mandar incansáveis lembranças do mundo real é que acordei, despertei do sono tolo, triste, nostálgico, mau-humorado.
Troquei aquele vestido de princesa, os sapatinhos de cristal. Vesti uma jeans, uma blusa, um salto. Maquiagem, escova e o telefone em mãos: "Tô pronta, vamos?".
Paradas em frente àquele lugar, com cheiro de diversão, outra vez sinto a pontinha de adrenalina ressurgir.
Ao meu lado, um sorriso confiante de um de meus sinônimos de amizade verdadeira.
Seus olhos brilham, tais quais estrelas do céu.
Passos determinados, decididas.
A noite promete.

domingo, 26 de julho de 2009

Pra que dor, amor?


Sabe, eu me lembro de quando me foi oferecida uma missão. Eu disse sim, na esperança da felicidade.

Com o tempo, a felicidade fez umas exigências. E, por amor, sem dúvidas desse amor, eu cumpri cada uma das exigências. Não nego que todas foram um sacrifício pra mim. Delas, sem dúvidas, as piores foram as dores de cada despedida, das lágrimas que rolaram, da angústia que eu sentia e fazia sentir. Uma, duas, dez ou mais vezes. Com várias pessoas. Todas diferentes, mas pelo mesmo motivo.

Mas eu também me lembro da música que eu não dancei, do comentário, do passeio que não fiz, da experiência que não partilhei, de cada vez que agi contrária ao que minha mãe me dizia pra agir, que era tentada a agir contra meus próprios valores. Lembro do sorriso que não dei, da máscara que criei, de cada pancada que endurecia o meu órgão mais precioso: o coração.

Lembro, (como esquecer?) das lágrimas que chorei. E olha que foram muitas. Lembro-me de todas elas, por cada uma das situações, todas por um mesmo propósito.

Lembro de cada pessoa que não cumprimentei ao passar na rua, do desvio de olhares à mínima presença. De cada festa, cada comemoração, cada convite que recusei. Por outro lado, relembro a agonia de cada situação que vivi, não por livre e espontânea vontade, e da sensação de aperto no peito e nó na garganta que senti quando me deparava ‘sozinha’ naquele meio.

Lembro de cada acusação que me foi feita. Muitas com razão. Muitas mais sem culpa de minha parte. Mais lágrimas, mais dor, mais sofrimento.

Lembro de cada vez que prometi mudar pra agradar e assim o fiz.

Lembro de cada vez que cheguei ao ápice de minha dor e resolvi pôr um fim em tudo; mas também me lembro das promessas de mudanças, que eu aceitava com paciência e esperança de felicidade e lembro-me de cada hora de sono gasta em orações, pedindo paz, felicidade, bênçãos...

Lembro de cada ofensa e de cada tapa que elas foram a meu eu.

Sem contar com todas as vezes em que sofri em silêncio, para não causar problemas. Esse silêncio de cada dor corroeu-me bastante por dentro. E eu sofri em silêncio, ainda sofro, muitas vezes, pra proteger também.

No entanto, eu passei por tudo. Eu abri mão disso tudo. Eu disse sim pra batalhas que me presentearam com cada uma das feridas que hoje trago no peito. Algumas ainda abertas, outras cicatrizando. Fiz e faço tudo por amor. Pela esperança de felicidade. Pelo bem estar alheio. Não me arrependo.

Mas hoje, depois de tanto tempo, tantos sacrifícios e tanta dedicação, recebo o avesso de tudo que fiz.

Recebo palavras duras, ásperas, fortes, negativas. Ditas com tanta convicção que tremeram a minha carne. Ditas com tanta sinceridade que meu coração gritou de dor ao lê-las.

Recebo a dor que evitei que outrem passasse caso eu não fizesse cada uma das despedidas. Recebo a raiva que evitei em outrem a cada convite recusado.

Sinto como se nada que eu fizesse fosse o bastante. Como se eu nunca fosse boa suficiente. Como se eu nunca fosse amadurecer como desejado.

E sabe o que eu queria em troca? Um pedido de desculpas quando o meu rosto se voltasse para o chão, ou a minha mão ficasse em punho e um abraço aconchegante que expressasse sentimento. Um braço a minha volta protegendo, entendendo que preciso daquilo. Talvez uma troca de olhares com um sorriso, aquele sorriso, se não fosse pedir muito.

Assim é que se reconquista o que possivelmente foi entristecido em mim. Poxa, até isso tenho que explicar? A fórmula que garante que vou estar junto sempre, que vou sorrir, ser legal e divertida, inteligente, intelectual e menos imatura, ao menos pelo resto do dia, até que, com um investimento de não muito tempo, eu pegue gosto pelas coisas e as faça sorrindo, ainda que seja um sacrifício pra mim.

Eu também queria em troca um ouvido pra cada palavra que me assolasse com a necessidade de ser expressa. Queria um colo mais disponível. Queria uma companhia para diversão. Queria não ter que me preocupar com humor antes de cada encontro. Ouvir um elogio quando me esforço em parecer bonita. Que tivesse orgulho e demonstrasse, ao menos pra mim, de me ter ao seu lado. Que cada encontro fosse uma descoberta. Um pouquinho do que a felicidade me prometeu.

Mas o que eu mais queria é não falhar na missão que me foi concedida, queria não ter lido que não trouxe felicidade para um coração que a buscou em mim...

Eu me esforço. Mas se um dia eu não conseguir cumpri-la, ao menos sairei com a consciência tranqüila de que fiz tudo o que pude. O que eu não pude, tentei.

E eu tenho certeza de que Deus está vendo tudo... e Ele sabe o que faz.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Talvez uma auto-descrição de uma estranha que sou eu.

Como eu poderia esquecer aquela noite? Um motivo aparentemente banal, mas que causava imenso aperto no peito. Já estava cansada de viver me sentindo assim. Decidi então fazer uma promessa.
Promessas... tão comuns! No entanto, no momento em que eu disse aquelas palavras, não percebi tamanha força que estava aplicando a elas. Antes de tudo, foi pra mim mesma que eu disse que não iria mais se repetir tal cena. Cena até então costumeira na minha vida adolescente. E, como mágica, tudo mudou.
Nunca imaginei o impacto que isso causaria em minha vida. Horas depois, eu tentei quebrar a promessa. Forcei-me a repetir o ritual habitual. Preparei-me pra sentir a ilusão de um astigmatismo agudo, que passa com um piscar de olhos, literalmente, acompanhado pela sensação de um rosto molhado e, posteriormente, inchado, sem contar com as reações sentimentais. Mas nada aconteceu. Nada acontecia. Continuei parada do mesmo modo como se estivesse pensando sobre algo que muito me preocupasse. Nenhuma alteração na minha face, nenhum ruído desesperado fugia de minha garganta. Olhei pro travesseiro, achei melhor dormir.
Desde então, venho-me observando diferente. Não senti mais aquelas pontadas no peito e nós na garganta. Tudo passou a parecer tão mais fácil de resolver, bastando analisar com calma, conclui pra mim mesma.
O efeito inicial foi bem claro: coisas boas começaram a acontecer. Passei a aceitar imediatamente as situações usando minha boa razão na hora de responder a tudo, a ter mais diversão. Foi como se eu passasse a atrair coisas boas.
Alguns meses depois, me deparo com uma pessoa estranha, que eu não conheço muito bem. Ela tá sempre ali, quando vou me olhar no espelho. Mas não me vejo, só vejo a ela. Sei que ela é, em grande parte, conseqüência da promessa. Ela não parece ter dezoito anos, parece ter mais. Fisicamente é até adorável, apesar de não concordar plenamente com isso, eu sei. Ela se acha branquela demais, queria que o cabelo fosse um pouco mais liso e que crescesse bem rápido pras luzes irem embora. Não sorri tão à vontade enquanto um aparelho ortodôntico não trabalhar em sua boca. Acha-se gorda com seus cinqüenta e poucos quilos em um metro e sessenta e sete, mais ou menos. Ama a total recessividade presente em seus olhos, graças à abençoada genética. Mas seus olhos vão além da beleza. Se você olhar bem , verá que eles revelam uma pessoa que se tornou fria em determinados assuntos ao longo do tempo. Talvez seja conseqüência de tanto sofrer. As pessoas costumam aprender a se defender depois de muito tolerarem certas situações. Lamento por ela. Ao mesmo tempo, sou feliz por me olhar no espelho e ser a ela quem vejo, ao invés de quem estava acostumada a ver. Ela é forte, anda usando mais a inteligência do que o coração, não chora, tem um amor, amigos, família, é divertida quando quer, não é mais inconveniente e aprendeu a ignorar as coisas ruins. Ainda se dá bem nas provas e, sem dúvidas, tornou-se mais prática. Decidiu conquistar as pessoas sendo o que ela é e não o que as pessoas gostariam que ela fosse.
Talvez ande magoando mais as pessoas do que permitindo ser magoada. E, apesar de ter perdido grande parte de características que sempre a acompanharam, no fundo ela ainda é extremamente sensível, sabe dar valor ao que merece, é solidária e se esforça pra não mais deixar transparecer suas fraquezas, seus medos e terrores, pois assim ela fica melhor. Aprendeu a se virar sozinha e ser feliz consigo mesma.



É, até que ela me orgulha de vez em quando.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

" hoje o tempo voa amor; escorre pelas mãos.." ♪




Engraçado como as coisas mudam exatamente quando a gente está mais à vontade com as situações, não é mesmo?
Agora pouco eu estava ouvindo uma música que fala disso e parei pra pensar.

Estudei meus três anos do Ensino Médio na mesma escola. Mudei pra lá no primeiro ano.
E eu confesso que odiava aquela escola, era um martírio frequentar aquelas aulas, com aquelas pessoas, aquele lugar feio, grande, esquisito, cheio de frescuras.
Meu segundo ano foi indiferente, eu já havia me acostumado, não havia muito que eu pudesse fazer e resolvi me ocupar com coisas mais interessantes.
Mas o meu terceiro... Meu Deus! Parecia que eu ia morrer já no primeiro dia. Ficava um pensamento de : ‘é o último ano, tenho que aproveitar ao máximo’ à todo instante. Chorava toda vez que era mencionado que no ano seguinte não haveria mais aquilo ali pra mim. Entrei em paranóia, juro. Queria que tivesse aula todo dia, queria ficar muito ali na escola. Aproveitei muito todo mundo e tudo que eu pude. O ano voou. Fiquei super atarefada por fazer parte da comissão de formatura e, quando me dei conta, eram 04:00 da manhã do dia 19 de dezembro: eu estava me despedindo das pessoas na minha festa de formatura. Opa. Como assim me despedindo na festa? Já não tem mais nada? Acabou? Ahhh, aí que eu choreei mais ainda.

Primeiro dia de aula do ano seguinte, lá estava eu, disfarçada de aluna na escola de novo. Hahaha. Foi engraçado. Eu queria ficar ali, sabe? Mas observando tudo naquele dia, vi que já não era mais a mesma coisa, nunca mais seria. Minha fase ali já tinha passado. Fui pra casa feliz.

Ingressei na faculdade. Ainda estou no primeiro período. Confesso que apesar das tarefas práticas, estou bem desanimada com as teóricas. É um saco estudar sociologia e filosofia quando você gosta de ação.

Essa semana, em um dos dias enquanto esperava meu pai me buscar, uma menina que também esperava alguém puxou papo comigo. Perguntou se eu também fazia Comunicação Social e disse que estava no sexto período. Que o tempo voou e ela nem viu. Que era a melhor coisa do mundo tudo que ela vive/viveu ali dentro. Que ela ia sentir falta quando acabasse. Parecia que ela estava adivinhando o que eu estava pensando.

Pensei mais ainda. Conclui que é mesmo muito ‘duro’ passar por esses ‘fins’. Mas diz o ditado que tudo que é bom acaba, né? Acaba mesmo. O negócio é aproveitar enquanto se tem. E essa regra vale pra tudo: estudo, trabalho, amor, família, dinheiro, amizades. Principalmente com as pessoas. A gente pode ter um trabalho estável, dinheiro suficiente e perder tudo da noite pro dia. Mas se a gente correr atrás, sem dúvidas a gente consegue de novo. Mas as pessoas não, com as pessoas só se tem uma única chance.
Um dia elas estão ali, no outro não se sabe. A gente não sabe quanto tempo de vida ainda tem a nossa mãe, o nosso pai, o nosso irmão... eles podem viver mais meio século como podem ir embora ainda hoje. Se é assim, por que perder tempo brigando, discutindo? É melhor curtí-los enquanto os tem.

O mesmo vale pros amigos. Com os amigos então é bem pior. Quantas vezes você já teve que se despedir deles? Quantos deles mudaram de casa/cidade/bairro/país? Quantos deles você não vê mais? E quão importante eles são ou foram um dia pra você? Muitas vezes eles vão sem se despedir, e só nos damos conta quando olhamos aquela fotografia com eles e pensamos: que saudade de fulano. Só se sente saudade do que já PASSOU. Do que não se tem mais. Assim, abrace, beije, divirta-se, ouça o que seus amigos tem a falar. Você também não sabe se vai tê-los por perto pro resto da vida.

E os amores? Muitas vezes olhamos pra pessoa que temos do lado e, depois de um tempo, começamos a nos irritar com os defeitos e manias dela. A gente descobre que ela não é tão perfeita quanto aparentava. Talvez até desanime dela. Mas a gente também não é perfeito. E quão feliz você é com o seu amor? Antes de olhar pra alguém bonito(a) ou ‘fofo’(a) que aparece, pense na maravilha que você tem esperando por você todos os dias. A pessoa que aguenta tanta coisa por você, quem faz certas coisas por você (você sabe que só ela que faz essas certas coisas), que está contigo de mãos dadas pra superar os obstáculos da vida de vocês e que te ama tanto. Sem dúvidas você vai dar mais valor.

E se você ainda não tem um amor que possa chamar de seu, por que não correr atrás? Nem todo mundo que arrisca consegue o que quer, mas sem dúvidas, só conseguiu o que queria quem arriscou. Então o que você tá esperando? Chega pra quem você gosta e diz o que você sente, investe. O máximo que pode acontecer é você levar um não. Mas você nunca vai saber se poderia ter levado um ‘sim’ ou um ‘eu também’ se não tentar.

Por último vem a pessoa mais importante: VOCÊ. Você também não sabe tua data de validade. Ficar deixando de se cuidar, auto-estima lá embaixo, descumprir as promessas que faz a si mesmo. Isso é um modo de se matar aos poucos. E se matando aos poucos, a gente deixa de viver tanta coisa boa, tanta coisa que dá sentido à vida. Às vezes é por medo. Às vezes a gente se permite chegar aos 20, mas aparentando 40. Deixa o trabalho, os compromissos, as responsabilidades e as preocupações subirem à cuca. E a vida, mais uma vez, passa e não se vê.
Então, vamos acordar.

“E não há tempo que volte, amor. Vamos viver tudo que há pra viver, vamos nos permitir!”
Porque não se sabe quanto tempo tem!

ps: desculpem pelo post enorme. Ah, e obrigada pelos comentários e as pessoas que vem seguindo o blog. Eu sou meio desmazelada mesmo com ele, mas pretendo dar mais atenção. Sempre que der responderei todos vocês. Obrigada! :)

segunda-feira, 11 de maio de 2009

:)

* vesti meu melhor vestido,
fiz o melhor cabelo e a melhor maquiagem.*

Pra que ficar triste quando há tantas coisas boas pra sorrir e se amanha de manhã tudo volta ao lugar? ;D

Talvez isso tenha a ver com crescer.
Deus, tô ficando velha?

sábado, 9 de maio de 2009

Sabe?

Sabe quando de novo você se sente um lixo?
Sabe quando você leva um NÃO e uma ignorada logo quando você tá mais empolgada com certa ideia?
Sabe quando você se ferra por causa de outras pessoas que resolvem se intrometer na tua vida?
Sabe quando você se pergunta porque as pessoas não podem perdoar as coisas?
Sabe quando você se pergunta porque tudo tem que ser vingado?
Sabe quando aquilo que você mais almeja fica comprometido nas mãos da outra pessoa, que parece só querer brincar com você por estar mal, afinal você, merece?
Sabe quando você tenta fazer a todo instante e da melhor forma as coisas se acertarem e tudo fica contra?

Sabe quando seu coração fica em pedacinhos?


Hm, é assim que o meu está.

quarta-feira, 25 de março de 2009

De Platão a Edward Cullen

Às terças tenho aulas de Filosofia. Nessa semana foi sobre Platão, que era um seguidor de Sócrates. Aí Platão usava historinhas, chamadas mythos, pra explicar as coisas, as razões das coisas serem como são. (Os mythos são histórias fantasiosas, inventadas pelas pessoas para tentar explicar como as coisas acontecem.)

Uma das historinhas era a Alegoria da Caverna.

Consistia em que a humanidade viveria no fundo de uma ‘caverna’ longe da luz, uma pessoa acorrentada à outra. Todas presas no fundo dessa caverna. Elas não sabiam que estavam no fundo de uma caverna, para elas aquilo era a realidade. Até que um dia uma pessoa conseguiu se libertar da corrente que a prendia. Foi andando, andando e descobriu que eles estavam numa caverna. Que havia um mundo inteiro lá fora, bonito e completamente diferente da noção de mundo que havia dentro da caverna. Depois que essa pessoa conheceu o mundo lá fora, resolveu voltar para contar para as pessoas da caverna que o mundo, a realidade, não era aquilo que elas conheciam. Que havia uma coisa completamente diferente lá fora. No entanto, as pessoas o chamaram de maluco e depois o mataram.

Bem, é mais ou menos assim a historinha. Ela serve pra mostrar... ah, reflitam pra que ela serve que eu já sei ;)

Contei essa historinha por pensar numa outra coisa. Dia desses eu estava no Orkut quando vi as atualizações de uma ‘amiga’ minha do site. Ela havia montado um álbum de fotos sobre a saga de Crepúsculo, o filme, no caso. Havia fotos dos personagens, algumas cenas do filme e muitas fotos dos protagonistas, interpretados por Robert Pattison e Kristen Stuart. Quem leu sabe que realmente os personagens são pessoas (?) maravilhosas, modelo perfeito de namorado, um amor de fazer inveja a qualquer um e coisa e tal. Todas as meninas depois de ler ao menos um livro exclamam: “Queria tanto ter um Edward pra mim...” [suspiros]. É sério, até eu fiz isso :B


Bem, voltando ao assunto da menina, debaixo de algumas fotos, principalmente na que havia o casal, estava escrito coisas do tipo: ‘Sim, eu estou com inveja dela’; ‘Sim, eu queria estar no lugar dela.’ E que ele era o bonzão, o gostosão e tudo mais que se tem direito.

Daí eu parei pra pensar na situação de manipulação e cegueira a que chegamos. Aquelas pessoas ali nas fotos são somente ATORES de personagens criados por uma mãe de família formada em Literatura Inglesa. E a menina dona do Orkut, como milhões de outras meninas por esse mundo afora dariam a vida pra serem reparadas pelo Robert Pattison. Galerinha, vocês enxergam a ilusão? Nem o ator nem o personagem são aquilo que a gente conhece lendo os livros ou vendo o filme. Pattison apenas vende a imagem duma figura imaginária (por isso que é perfeito, claro, se fosse real não seria :/) que interpreta e recebe para isso, é a profissão dele. E a gente aqui muitas vezes morrendo de amores, se apaixonando por ele. Ok que ele realmente é bonito e no filme é aquele carinha perfeito do livro. Mas é tudo mentirinha, gente! rs

Eu sei que não adianta falar muito das coisas nesse sentindo, até porque, os fãs loucos de Crepúsculo que leram esse post (se é que algum leu :B), com certeza estão morrendo de vontade de fazer comigo como as pessoazinhas acorrentadas na caverna no mytho de Platão: me chamando de doida e depois querendo me matar. Onde já se viu ficar pensando nas coisas tão maravilhosas por esse lado, não é mesmo?

Pois é, cada um pensa do modo que quiser. Ta aí o que eu acho ;)

E vocês, o que pensam em relação a isso?

ps: lembram que falei do Shake na última postagem? Então, essa semana titia o levou pra casa da minha avó. Não tenho total certeza se ele está muito feliz, mas pelo menos lá ele tem mais dois cachorros como companhia. Morro de saudades dele. :)

quarta-feira, 18 de março de 2009

Vira-lata

Hoje eu vou falar dum assunto meio... vira-lata.
Bem, eu tenho um cachorro sabe? O Shake. :D
Ele é um vira-lata. Poodle com Fox Paulistinha:


E nós temos uma história de amor.
Mamãe pegou o Shake, ele nem tinha desmamado.
Dávamos chuquinha com Nan pra ele mamar *-*
E assim ele foi crescendo no nosso meio, já se foram quase dois anos.
É sem dúvidas, integrante da família como eu ou meu irmão.
Em junho do ano passado tivemos que mudar de casa.
Ele se adaptou rápido. :)
Mas agora teremos que mudar de novo.
E a dona da casa disse que não permite cães morando lá.
Mas só serve essa casa, por questões de proximidade de trabalho, etc.
Ou seja, teríamos que nos desfazer do Shake.
No entanto, ainda temos a esperança de conseguir uma semana de teste com a mulher.
Pra ela ver como ele se comporta bem.
Porém, tudo indica que a dona da casa lá é linha dura e não vai deixar.
Então eu confesso que estou bem triste.
Que me dá um nó na garganta em pensar que não viverei mais todos os dias
com aqueles olhinhos pidões quando eu to comendo.
Ou com aquela farra que ele faz quando eu chego.
Ou a companhia que eu só encontro nele em certos momentos.
A atenção que só vem dele... ahh :(
Eu sei que vocês não tem nada a ver com isso.
Mas estou abalada o bastante com a ideia de ficar sem ele.
Ahh que raiva da mulher da casa.
Desculpa falar disso hoje, logo no que deveria ser a primeira postagem pra valer.
Mas, eu precisava.
Sei que todos que tem animais de estimação me entendem. :)

Até a próxima postagem pessoal,
pretendo escrever algo que preste.
beijos.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Bem vindos ! (:


Olá pessoas !
Sejam bem vindas ao "Meios segredos" !


Criei o blog com o intuito de.. ESCREVER.
haushaushusa!
Ok, criei com o intuito de escrever tudo que me vem à cabeça.
E ver o que as pessoas acham disso.

Mas eu to com um pequeno problema
no quesito 'tempo'.
Sabe como é, faculdade, familia, cursos, namorado, amigos...
Ou seja, não tenho tido como escrever algo que preste,
ou que pelo menos eu ache que preste.

Sendo assim, peço que aguardem
p-a-c-i-e-n-t-e-m-e-n-t-e pelo primeiro post,
de verdade. :)

Espero agradar.

Obrigada a todos,
Bom final de semana.


(ps: tá, eu sei que o nome do blog é estranho de pronunciar em voz alta, mas o importante é ler e não falar. :) )