domingo, 23 de agosto de 2009

Tolos.

Disse que estava com angústia. Pra ser sincera, foi mais para fazer uma apelação sentimental. Mas no fundo, era mesmo o que sentia. Talvez fosse só a nostalgia, que ataca em noites de domingo. Ou quem sabe insônia. O fato é que aquele sentimento, aquela amargura, uma coisa-não-boa de se sentir estava presente. E, perante aquele sentimento, lembranças atacavam a todo instante, bombardeando a mente e o coração, fazendo-se como concretas, vivas, gritantes dentro de mim. Uma música reproduz no WMP e retoma uma época verdadeiramente angustiada, sofrida, onde reinava a expectativa e o remorso. Retoma os cheiros, as cores, as sensações. Lembrando assim, até daria pra rir: as coisas se saíram bem. Em termos. O que me mata agora é a fuga das palavras. Elas fogem, somem, se escondem de mim. Daí ficam rindo, caçoando enquanto eu as procuro num espaço aparentemente oco que se torna o meu cérebro. Sabem que quando estão longe, dificultam as coisas. Mas elas são umas pestes, resolvem sumir sempre quando eu mais preciso. Como naquele banco, naqueles 9 graus em uma noite de inverno gelando-me dos pés à cabeça. Literalmente à cabeça, porque parece que qualquer ideia sensata sobre um assunto congelou-se também. Procuro, procuro e nada. Até dá pra ouvir o eco do meu socorro! "Heey, cadê vocês? Umazinha sequer, só de uma palavra-chave é o que preciso". Sim, porque com o tempo, e querendo ser uma Comunicadora Social, tive que aprender a desenvolver todo um texto a partir de palavras-chaves. Nem sempre dá certo, ainda, mas estou me especializando. Por exemplo, agora eu tenho várias palavras chaves e poderia dissertar, persuadir com cada uma delas. Mas seria inútil, não tenho um propósito. Profissionalmente eu consigo. Mas quando meu cérebro registra aumento de frequência dos batimentos cardíacos, ele parece que resolve ir dormir. Me deixa na mão, vê se pode? Elas fogem quando há um clima de tensão por perto. Deve ser alguma medida inconsciente de segurança. Tola, mas é o que me parece.
Pensando bem, tem muita coisa mais tola nesse mundo do que as medidas inconscientes de segurança do meu cérebro. Cerca de 80% do que fazemos é meio tolo. A gente come coisa tola, a gente ouve coisa tola, usa coisa tola e fala coisa tola. Segue a moda que é ditada pelas revistas, televisão e pelos famosos; ouve a música da hora, come no Mc Donald's e bebe Coca-Cola. Fala o que ouve dizer com frequência. Acho que somos uma espécie diferenciada de papagaios, sem bico ou penas, que não sabe voar, mas que repete exatamente o que o mundo a nossa volta nos dita. Assim, quando somos pegos de surpresa, sem nenhum apoio, sem nenhum sussurro, ou uma tendência em que se apoiar o nosso cérebro dá tilt. Esquece que quem pensa na história é ele. Que quem tem que ditar o que vestimos, comemos, usamos e, principalmente, falamos é ele. AAh, ele resolveu funcionar, veja só. Agora até mandou o coração substituir a angústia por uma espécie de arrependimento. Decidiu que vai comer o que quiser, se vestir como quiser, usar o que quiser e falar o que quiser...
Ao menos até quando alguma outra tolice lhe seduzir o juízo, contaminando todo o resto do corpo.
Nós humanos... um bando de tolos!

sábado, 22 de agosto de 2009

Talvez ele só não tenha se dado conta do que foi dito nas entrelinhas de palavras virtuais: que ela aguardou a semana toda pelo dia DELA e que ele quebrou toda essa expectativa do modo mais inesperado. A cidade não é mesmo uma das maiores especialistas para determinadas situações e seus 21 meses já lhes mostraram os pontos mais comuns do lugar, tudo já é tão rotina.
Pra quebrar essa rotina, talvez ele devesse resolver explorar os pontos incomuns. A geografia desconhecida. Não falo só da cidade. Falo do mundo. O mundo do coração dela, do ser dela, do eu dela. Talvez se ele reparasse um cadinho veria que ela passa o dia inteiro esperando por uma chance de estar com ele. Veria que aquela pequena e rápida aparição em pleno expediente
acontece porque ela se corrói de vontade de vê-lo, ao menos, de tocá-lo, de ouvir sua voz, que ela sente saudades dele.
Esquece dos compromissos, esquece das gravações, sequer se importa com as broncas que vai levar... Ele talvez não saiba o quão ansiosa e preocupada ela fica quando perde uma de suas ligações ou está sem crédito para responder suas mensagens. Ela queria chegar ao fim do dia e encontrar aquele colo, aqueles braços a envolvê-la, ainda que nenhuma palavra fosse dita, ainda que ele estivesse só a aquecê-la. Ou que simplesmente, quando não tivessem o que fazer, eles ao menos fizessem companhia um ao outro, rissem um com o outro, celebrassem o encontro de suas vidas.
Ela queria que ele ouvisse as aflições que assolam sua alma e seu coração, seus receios e suas vitórias ao final dos dias.
Queria que ele vibrasse com suas conquistas. Queria que ele ficasse feliz quando algo a deixa feliz, quando ela é uma vencedora. É como ela se sente com ele. Ela fica feliz com as conquistas dele, ela ouve suas aflições e simplesmente o envolve quando é disso que ele precisa. Ela pensa nele durante todo o dia, torce para que algo mude em seus minutos cronometrados e eles possam se ver. Que possam entrelaçar suas mãos, fechar os olhos e sorrir. (Sorrir! Sim, porque eles tem um ao outro, isso deve fazer com que sorriam.) Que seu celular tocasse durante um momento inesperado revelando uma mensagem, ainda que seja só para mostrar que ele anda pensando nela.
Ou então que fosse uma ligação, para que ele dissesse o quanto a ama. Dissesse que a vida dele, apesar de andar com tantos problemas, tantos compromissos e aporrinhações ainda é boa, porque ele a tem. Ela só queria ficar com ele. Só queria que a presença dela por perto o alegrasse e que ele quisesse ela por perto. Ainda que o mundo seja rotineiro, ainda que sua vida ande cansada e tumultuada. Porque ela o ama e não haveria nada tão capaz de completá-lo em suas necessidades como ela. Quem sabe um dia ele se dê conta desse mundo e recupere todo o tempo que perdem. É o que ela espera. Espera que seja mais do que só mais uma de suas expectativas em um sábado frio, no qual ela se encontra sozinha e aflita.


"But you're just a boy / You don't understand /
How it feels to love a girl someday /
You wish you were a better man /
You don't listen to her / You don't care how it hurts /

Until you lose the one you wanted / Cause you're taking her for granted... "
If I were a boy -Beyonce

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Entre o conteúdo e a conclusão.

"Engraçado como as coisas de que a gente tem medo, e tem certeza de que podem acontecer, acontecem de meios diferentes.[...]
Engraçado também como tudo foi ocorrendo de maneira diferenciada e cautelosa, de compromissos a interrupções e impossibilidades."

Engraçado como tudo que foi dito pode se perder: palavras, apenas.

Engraçado como tudo que se sente sobrevive, ainda que modificado.

Engraçado como crescemos e ainda somos tão pequenos.
Engraçado como uma pessoa íntima pode parecer um desconhecido em uma fração de segundo.
Engraçado fingir que não se conhece quem se viu e que não se viu quem se conhece.
Engraçado como dias de sol podem trazer tempestades e dias nublados podem trazer paz.
Engraçado como um dia somos míopes e no outro vemos bem.
Engraçado como amigos vão sem que sequer percebamos.
Engraçado como amigos vem sem que sequer percebamos.
Engraçado como as flores nascem e murcham num piscar de olhos.
Como os carros passam, a tarde chega e a noite voa.
Engraçado como acordamos e sentimos como se acabássemos de nos deitar.
Engraçado como 24 horas se transformaram em 4 e eu não vi.
Engraçado como 3 dias pareceram três anos e eu senti.
Como ainda existo depois de me desintegrar.
E como me desintegro e volto a existir.
Como sonho quando devo chorar e como choro quando devo sorrir.
Quando falo quando devo calar e calo quando não devo consentir.
Engraçado como as crianças vivem doentes do corpo e os adultos vivem doentes da alma.
Como ouvimos uma moeda cair ao chão, mas não ouvimos o canto de um pássaro.
Engraçado como coisas boas engordam e as ruins também.
Engraçado pensar que pensamos antes de falar.
Engraçado falar que pensamos e pra isso termos que pensar.
Engraçado perceber que grandes coisas chamam atenção.
Mas que, no entanto, são as pequenas que chamam a felicidade.
Que a gente vive pra tentar ser feliz.
E é feliz buscando viver.

Engraçado como escrevo tantas coisas e não consigo escrever um fim.

Vai ver é porque o fim é o que menos importa.
Vale mesmo é o presente, o conteúdo, o que trazem as pequenas coisas.
Vale mesmo a ingenuidade e a sinceridade de um sorriso, aquele inesperado e verdadeiro, que aprendemos quando ainda somos crianças.



domingo, 9 de agosto de 2009

Conclusões à meia-noite.

Houve um tempo em que fui a solução.
Fui sorriso, felicidade, alegria e emoção. Fui a espera nos dias nublados, nos chuvosos e também nos de sol.
Fui esperança, abraços, preocupação, revolta e compaixão.
Fui diversão, anseio, desejo, decepção.
Fui o prazer que se tem quando se pode dividir a vida,
ainda que sem sequer dividir o mesmo espaço e tempo com outro corpo, em sintonia, ou exaltação.
Dividir a vida, a importância, as descobertas, os receios e intimidades.
Compartilhar os momentos, sentir das mesmas dores.
Fui a brincadeira após a raiva, fui consolo e conforto após desavenças.
Fui um todo, um misto do tudo, o completo, fui a fundo, fui...

Hoje sou a frustração.
Uma decepção comparada àquelas de investimentos sem retorno.
Sou incômodo, sou angústia, ainda ciúme, ainda desejo... como posso ser tão desgraça?
Sou a nostalgia dum tempo de liberdade, aquele em que a liberdade é a felicidade, livre de todo medo, toda angústia e todo sofrimento.
Sou aquela lágrima, daquele dia, do primeiro último abraço, aquela que eu não esqueço.
Sim, depois daquela, sou todas as noites em claro e as preocupações.
A incerteza, o desconforto, o silêncio, a distância, a infelicidade.
Sou todas as palavras encontradas nos olhares, aqueles quase não trocados.
Todas as vontades reprimidas de um telefonema, uma carta, um sinal.
Sou todas as palavras não ditas, como as palavras virtuais, frias, inexpressas, com ausência do essencial calor humano, aquele mesmo que fazia, há um tempo, que eu fosse sinônimo de borboletas no estômago.
Sou a pequena já crescida, porém ainda com os mesmos olhos.
Mais vivos, mais curiosos, mais secos e mais frios.
Aqueles mesmos que brilhavam com brincadeiras, hoje são ofuscados pela tristeza, cicatriz...

Penso que eles têm medo de não mais ver o que o coração tem saudade e anseia.
Um sorriso sincero, um motivo de felicidade, uma alegria de viver.
Hoje sofro as consequências de um tempo passado, ainda tão presente.
Hoje eu me sinto como uma bonequinha, aquela preferida, que não saía de nossas mãos.
Aquela mais aproveitada. Mas um dia a gente cansa da bonequinha e a guarda numa caixa.
Às vezes ainda a vemos, relembramos do tempo em que ela era tudo pra nós...
Contudo, é improvável que ela volte a ser o centro de nossa atenção.

É visível que ela sente nossa falta, é visível que ela anda infeliz...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

"Só enquanto eu respirar..."


Interessante é perceber que, independente de tempo, espaço, distância ou situação, tem coisas de que não conseguimos nos desfazer nunca. Tem pessoas que nunca conseguimos deixar. Tem despedidas em que não dizemos adeus, pois sabemos que elas sempre se repetem. Momentos que voltam, mudados, mas voltam.
Mais interessante ainda é perceber o quanto o reviver de cada uma dessas coisas acontece de forma diferente da já vivida, por mais idêntica que pareça. Como temos coisas de que nem lembrávamos, como aquelas esquecidas nos cantos, redescobertas somente quando arrumamos o armário. E como cada uma das coisas tem história.
Assim como cada uma das pessoas com quem, de alguma forma, nos relacionamos. Inclusive aquelas que deixamos no canto do nosso coração, aguardando, ansiosas, pelo momento em que as resgataremos para compartilhar novamente a vida, rir do que já foi vivido, relembrar velhas facetas, descobrir novas necessidades.
Eu queria falar é dessas pessoas. As que marcaram minha vida, me divertiram, ouviram, acompanharam e me amaram, acima de tudo. As que eu quis tantas vezes que saíssem da minha vida, por um segundo que fosse, só para amenizar situações. Aquelas que joguei no canto do meu coração com o intuito de amenizar sofrimentos.
Contudo, só eu sei a falta que me faziam quando isso acontecia, e sei que minha falta também era sentida. Daí eu as resgatava. Porém, infelizmente, acabava sempre guardando-as de novo, motivo de força maior. Então só nos restam as lágrimas, as angústias que nos visitam todas as noites antes de dormir, a nostalgia de um tempo recente, as lembranças, vivas, ardentes como fogo, queimando-nos por dentro de tristeza, por serem tão reais e estarem tão distantes, além das orações aflitas a Deus, para que Ele mude essa situação.
Ultimamente, de tão acostumadas com esse ritual, essas pessoas resolveram agora jogar a mim no canto de seus corações. Lá é triste, obscuro, indiferente, frio, medonho, silencioso... Tem dias que eu vejo surgir uma brechinha de luz, que logo se vai. Tem dias que elas me lançam, lá de longe, aquele olhar ressentido de quem não queria me ver ali, um sorriso sem graça, tentativa de consolo.
Eu sei porque tenho que ficar aqui. Sei que elas estão bem machucadas com tudo que já aconteceu e que estão só se protegendo. Que tem seus motivos para fazerem isso e que sentem a mesma coisa que eu. Que se pudessem me tiravam daqui, me carregavam para viver junto delas, como foi um dia. A gente ia dividir açaí de novo, ia ficar junto quando um carinho fosse necessário, ia pra festas idiotas e se divertir. A gente ia fazer confidências e prometer guardar segredo. A gente ia cantar, dançar, brincar. Iríamos dormir lado a lado, depois de um longo período de conversas. Sair sem rumo e descobrir o mundo. Adotar um cantinho só nosso. Fazer história, compartilhar emoções, abraços, sorrisos...
Mas não é assim. A realidade é outra. Por enquanto não há nada que eu possa fazer senão pedir perdão por estar aqui e por desencadear tantos problemas. Por todas as lágrimas que fiz rolar, todas as preocupações, chateações e raiva que sentiram.
Talvez por eu continuar na vida de vocês quando já deveria ter saído.
Meus sinceros arrependimentos por ser, de vocês, uma daquelas pessoas das quais não há despedida e, por outro lado, minha sincera gratidão por sempre fazerem parte de mim, mesmo com essas despedidas inúteis.
A importância de vocês para meu ser é incalculável, inenarrável.
Por fim, podem ter a certeza de que eu sempre vou me lembrar de vocês.

Ah, me tirem do cantinho quando der, por favor!

Quer dizer que meu blog é mágico? *-*

Ahh, que emoção!
Ganhei um selo! *-*


Presente da Rosi, do 'Sonhos, pensamentos e confissões'
Obrigada, Rosi.

Vamos lá então:

REGRAS :
1. Postar o selinho e as regras!
2. Responder as perguntas:

• Uma música mágica : Thinking of You, da Katy Perry (confesso que é minha música mágica de fase)
• Um filme mágico : O Julgamento (ameei o filme, muito bom!)
• Uma viagem mágica : Guapi, com a Karol (não foi lá uma viaaaagem, mas foi perfeita!)
• Maquiagem mágica : Magix, da Avon (kpakspokasopkoak)

Muito difícil isso de 'escolher uma coisa'. Sou muito inconstante com gosto.
E com preferência também, rs. Mas tentei, acho que saiu algo bom.

Bem, não tenho muitas pessoas para indicar o selo.
Então, quem quiser, fique à vontade para pegar!

Obrigada pela atenção. haha
Beijos!